sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Qual o futuro do Goiás?

Hoje falaremos do maior clube goiano e que tem a honra de carregar o nome deste rico Estado. Mas que talvez não esteja correspondendo à altura. Aos 68 anos, o Goiás Esporte Clube vive um dos piores momentos de sua história. Se não, o pior! Atolado em dívidas, o time se complicou dentro das quatro linhas nas últimas temporadas. E parece seguir em queda livre.

Sei que este texto vai mexer com o ânimo de muita gente. Espero, no entanto, que o mesmo sirva de motivação para uma possível reação. Desde que me mudei de São Paulo para Goiânia e passei a acompanhar o futebol goiano mais de perto, literalmente falando, tenho percebido sinais de uma crise iminente. Na temporada de 2007, por exemplo, o Verdão chegou à última rodada do Brasileirão lutando pra não cair. Muitos devem se lembrar disso, pois coincidiu com o rebaixamento de um clube com uma das maiores torcidas do País: o Corinthians!

O detalhe que até hoje me revolta, porém, foi o fato de os dirigentes esmeraldinos oferecerem, naquela ocasião, "bicho" de R$ 1 mi (isso mesmo, UM MILHÃO DE REAIS em "premiação") aos jogadores, caso escapassem do descenso. Com tamanho incentivo, é claro que escaparam! Ainda questiono se o melhor não teria sido investir esses recursos na montagem do time. Claro que sim, mas faltou competência pra isso!

O último título do Goiás foi o de Campeão Goiano de 2009, conquistado sobre o Atlético, que hoje é o único representante do Estado na elite nacional. No ano passado, o Verdão viveu momentos de contradições, enquanto seus dirigentes guerreavam por poder. Paradoxalmente ao Vice-Campeonato da Copa Sul Americana (perdeu a disputa para o Independiente-ARG nos pênaltis), o clube foi rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, com dois jogos de antecipação.

Quem deveria, pela tradição, brigar não só pelo acesso mas, também, pelo título da Série B 2011, quase inacreditavelmente, busca fôlego para não cair ainda mais. Faltando 11 jogos para o término da competição, o Goiás está a um ponto do Z-4, a chamada zona do rebaixamento. Já são 7 rodadas sem vencer, sendo 2 empates e 5 derrotas - a última para a líder Portuguesa, por 3 x 0.

O confronto contra o BOA-MG, neste sábado (01/10), marca a estreia de mais um técnico: Enderson Moreira. A maior expressão do novo treinador esmeraldino foi como "tampão" no Fluminense, antes da chegada de Abel Braga. Agora, ele tem pela frente um enorme desafio. Trabalhar com as limitações de um elenco tecnicamente fraco e evitar outro descenso.

A despeito da falta de renome de Enderson Moreira, ele merece crédito como profissional. Até porque, aparentemente, já está mais do que provado que o problema do Goiás Esporte Clube não é treinador. Só nesta Série B, passaram pela agremiação Artur Neto, Márcio Goiano e Ademir Fonseca. Todos se viram forçados a desistir da difícil missão.

Nos últimos dias, torcedores esmeraldinos organizaram protestos contra jogadores e dirigentes. O sentimento que assola é o de frustração. Associado a ele está o medo de que a crise tome proporções ainda maiores e o clube amargue a queda à Terceira Divisão. Paralelamente, apegam-se ao último fio de Esperança que, segundo diz a convenção, é representada pela cor Verde!

É preciso, porém, que o time saia da inércia. Se a qualidade técnica do grupo é limitada, que o mesmo apele para outros fatores, como raça e superação. Lamentavelmente, garra e vontade de jogar futebol são coisas que não temos observado no Goiás. Tomara que a equipe e seus mandatários acordem a tempo de evitar um futuro ainda mais trágico e decidam reescrever, ou até mesmo passar a limpo, a história do maior e mais tradicional clube do futebol goiano.