domingo, 25 de novembro de 2012

Goiás de volta à elite. E com estilo!

Um empate contra o Joinville seria mais que suficiente para o Goiás levantar o título desta Série B. Mas, diante da torcida esmeraldina, que novamente lotou o Estádio Serra Dourada, a vitória de virada por 2 a 1 coroou o trabalho de toda uma temporada. O Verdão fecha com muita festa o ano de 2012, após escrever mais um capítulo importantíssimo de sua história.

Entendo que a palavra chave para traduzir este momento é planejamento. O Goiás abriu mão de buscar o acesso no ano passado para, primeiro, se reestruturar. Foi uma decisão inteligente. Amargou um segundo ano na Série B, priorizando o saneamento financeiro do clube. E arriscou. Ou melhor, apostou!

Acreditou no trabalho de um técnico que chegou contestado. Para muitos, Enderson Moreira não era um treinador condizente com o tamanho do Goiás. Mas foi ele quem conseguiu os melhores resultados com o limitado time que pegou ainda em 2011. Penso até que se tivesse assumido o comando da equipe três rodadas antes, o bate-volta teria sido possível. No entanto, as coisas acontecem no momento certo! Talvez o Goiás não estivesse suficientemente preparado para retornar à elite. Agora está!

É possível dizer que o elenco também foi uma aposta. O Verdão não investiu em contratações excessivamente caras e midiáticas. Ao contrário. Buscou, em grande parte, jogadores considerados de menor expressão e valorizou os chamados pratas da casa. Do time titular nesta reta final do Campeonato Brasileiro, quatro destaques foram formados no próprio clube: a dupla de zaga Ernando e Walmir Lucas, e os volantes Thiago Mendes e Amaral. Este último, inclusive, alçado ao posto de capitão da equipe.

Por diversas vezes, foi incômodo ver o atacante Iarley, campeão mundial com o Internacional (2006), no banco de reservas para dar lugar ao consideravelmente inferior Renan Oliveira. Preferência ou opção tática de Enderson Moreira, fato é que deu certo. E, quando o rendimento do titular comprometia o do grupo, o reserva de luxo entrava para resolver. Para não fugir à regra, isso se repetiu na despedida do Goiás da atual temporada, com Iarley marcando o gol da virada!

Cada peça no elenco esmeraldino teve sua importância, proporcionando o encaixe perfeito em relação às demais. Só para citar alguns, o veterano e comprovadamente em forma goleiro Harlei, os laterais Vitor e Egídio, o meia Ricardo Goulart e, claro, o atacante e artilheiro do time, Walter, que, visivelmente acima do peso, deu trabalho às defesas adversárias e premiou a torcida com belíssimos gols.

Administrativamente, o Verdão também se mostrou vitorioso. A união entre dirigentes prevaleceu, o planejamento traçado foi executado à risca e todos falaram a mesma língua. Ao contrário do que aconteceu em 2010 e que contribuiu diretamente para a queda do clube. A atual diretoria também investiu alto em premiações, fora os salários, pagos religiosamente em dia. Tudo isso refletiu positivamente dentro das quatro linhas!

Para completar o conjunto da obra, a torcida esmeraldina foi um show à parte! Atendeu a todos os chamados feitos pela diretoria, por meio de promoções nos valores dos ingressos, e invadiu o Serra Dourada. Gritou, torceu, vibrou... Comemorou! E com méritos!

Foi um ano de apostas, sim. Mas o “bilhete” premiado não dependeu exclusivamente da sorte. Os resultados aconteceram devido à competência de cada um, aliada à uniformidade do todo. Um grupo coeso que fez de 2012 uma temporada irretocável. Comemore torcedor! O Goiás está de volta à elite e chega com as honras do título conquistado. Após 13 anos, celebra o Bicampeonato da Série B, mas sem a menor pretensão de disputar o Tri. Parabéns, Verdão!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Dragão sem poder de reação

Bem que eu queria acreditar até o último instante. Mas, em se tratando da permanência do Atlético-GO na Série A do Campeonato Brasileiro, minhas esperanças diminuem a cada rodada. É verdade que ainda faltam 15 jogos e há tempo para a contratação de reforços. Mas, sinceramente, se o Dragão escapar do rebaixamento será a custa de muito sofrimento. E sorte!

O time, que sofreu várias e radicais mudanças ao longo da competição, demorou demais para apresentar um futebol convincente e, ainda assim, seguiu oscilando em apresentações de altos e baixos, alternadamente em cada tempo das partidas disputadas. Não houve um jogo no qual pudéssemos dizer que o Atlético foi soberano do início ao fim. Via de regra, quando o rubro-negro se apresenta bem no primeiro tempo, cai de produção na segunda etapa. E vice versa.

Mais uma vez, a história se repetiu com a Portuguesa. Jogando no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, o Atlético-GO abriu o placar com Marcos e chegou a ampliar com Patrick que, no entanto, teve o gol anulado, graças ao erro da assistente Nadine Câmara Bastos. O centroavante estava em condição legal! Errou a arbitragem.

Mas, devemos reconhecer que não foi este o único motivo do empate contra a Lusa. O goleiro Márcio falhou na defesa, alguns jogadores atuaram abaixo do esperado, oportunidades reais de gol foram desperdiçadas e, pra completar, o adversário se mostrou superior na segunda etapa do jogo. Como conseqüência deste 1x1, o Dragão segue na última posição, de onde parece cada vez mais difícil (pra não dizer impossível) sair.

Se o início do Brasileirão foi ruim para o Atlético-GO, as primeiras rodadas do returno têm sido ainda piores. Nos últimos quatro jogos, acumulou 3 derrotas consecutivas e este empate. Por sinal, é a 8ª vez que o time termina uma partida em condição de “igualdade” com o adversário. Vitórias? Apenas 3 conquistadas! Em resumo: um desempenho muito abaixo do esperado para se pensar em manutenção na elite nacional.

Também é importante acrescentar, no comparativo entre os dois turnos da competição, que alguns dos chamados concorrentes diretos vivem um momento positivo e de recuperação, a exemplo do Bahia, enquanto o Dragão segue a passos lentos, ou quase estacionado. Já são 8 pontos de diferença em relação ao Coritiba, primeiro clube fora da zona do rebaixamento e, também, próximo adversário do rubro-negro goianiense. Menos mal que a partida acontece em casa. Será??? A torcida não esconde a insatisfação, o que pode ser comprovado com o “recorde” de pior público deste Brasileirão: 891 pagantes.

Eu sei que é preciso pensar jogo a jogo, mas já me preocupa a sequência da tabela. Após receber o Coxa na próxima quarta-feira, o Dragão terá que viajar para enfrentar ninguém menos que o atual líder do Brasileirão, Fluminense. O detalhe preocupante é que, até agora, o Atlético-GO não venceu fora de casa. O que dizer mais? Apenas que a sorte vire a favor do Dragão, pois irá precisar!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Dragão e seus heróis da resistência

O duelo entre os Atléticos pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A foi eletrizante. E terminou com mais um empate heróico do rubro-negro goiano. O confronto do líder contra o lanterna ficou no 1 x 1. Para o ídolo do time mineiro, Ronaldinho Gaúcho, resultado não foi justo. Discordo! O Galo produziu muito e criou inúmeras oportunidades. Foi um franco atirador! Mas o Dragão soube se superar e, principalmente, suportar. Os jogadores atleticanos foram verdadeiros heróis da resistência!

Os empates contra Corinthians e Santos, nas duas rodadas anteriores, disputadas no Estádio do Pacaembu, foram motivação para que o Atlético-GO tentasse surpreender o xará mineiro. E conseguiu! O resultado óbvio em confronto de tamanha disparidade, em se tratando de elenco e aproveitamento na competição, seria uma vitória do Galo. Mas o Dragão começou incendiando! Aos 9 minutos, uma bela assistência de Joilson resultou no golaço de Ernandes, abrindo o marcador para os donos da casa. Aos 15, Raylan desperdiçou a chance de ampliar. Este segundo gol fez uma falta gigantesca!

Em atitude impensada, Joilson, que até então era destaque na partida, agrediu Leandro Donizete, sem bola, e acabou expulso aos 20 minutos. Aí começou o sufoco... Só dava Atlético-MG, que rapidamente chegou ao empate com Bernard. A pressão seguiu até o fim do primeiro tempo, com Jô mandando bola na trave, finalizando pra fora e também o goleiro Márcio fazendo boas defesas.

A segunda etapa repetiu o sufoco: o mineiro pressionava enquanto o goiano se defendia. O sofrimento rubro-negro foi prolongado por 5 minutos de acréscimo. Mas, apesar do visível cansaço, o Dragão não se rendeu. Os jogadores se superaram e resistiram bravamente! Destaque para Ernandes, que foi o retrato fiel da raça e superação de todo o grupo. Fera do jogo!

Se por um lado este empate não refletiu em grandes mudanças para o Dragão na classificação geral, por outro, renovou os ânimos de jogadores, comissão técnica e torcedores. Considerando-se que a reação atleticana na temporada passada começou nesta mesma altura do campeonato, o rebaixamento está longe de ser sacramentado. Não custa acreditar e torcer por novas apresentações de resistência heróica e superação!

O termo heróis da resistência usado neste texto para definir os atletas da equipe goiana não faz nenhuma referência à banda brasileira liderada por Leoni na década de 1980. Mas, pela transpiração e raça dentro das quatro linhas, é bem possível tomar emprestados alguns versos da canção Dublê de Corpo e interpretá-los como um recado do time para a torcida rubro-negra, que já teme pelo descenso: “Se você ainda acreditar, eu prometo dublar seu corpo. Te proteger, te poupar das dores, te devolver o amor em dobro. Não se ama, amor, em vão”!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Dragão mostra novo fôlego

Um resultado que surpreendeu muita gente. Contra o Campeão da Libertadores, Corinthians, e em pleno Pacaembu, o Atlético-GO conquistou um heróico empate por 1x1. Heróico pelo favoritismo do adversário, principalmente considerando-se as limitações técnicas do clube goiano e, claro, sua posição na classificação geral deste Brasileirão. Mas, ficou a nítida sensação de que poderia ter sido ainda melhor!

O rubro-negro começou bem no jogo. Depois, cedeu espaços ao Timão que, no entanto, não chegava com muito perigo. Os lances mais agudos, embora em menor quantidade, foram protagonizados pelo Atlético. Mas o Dragão mostrou que recuperou o fôlego foi na segunda etapa. Saiu à frente no marcador, com gol de Ricardo Bueno, teve maior posse de bola e pressionou muito mais que os donos da casa. O empate corintiano, entretanto, acabou acontecendo, após o time paulista recuperar o domínio da partida.

O Corinthians foi pra cima do Atlético-GO, mas esbarrou numa defesa atenta. Se a vitória não foi administrada e confirmada, algumas observações neste empate merecem destaque, valorizando o ponto conquistado pela equipe de Goiás. Nas últimas atuações o grupo visivelmente mostrava sinais de cansaço na etapa complementar. Como se diz no meio futebolístico, faltavam pernas aos jogadores. Também era comum ver o time recuar e, de certa forma, chamar o adversário pra cima de si. Nada disso aconteceu!

Se comparado com outros jogos, os atletas chegaram praticamente inteiros ao fim da partida. Tanto que, com o ótimo rendimento apresentado, o técnico Jairo Araújo demorou a processar as alterações. A postura tática também não foi comprometida. O Atlético teve boa posse de bola e continuou a criar chances reais de gol. O Dragão mostrou que pode recuperar o fôlego para seguir sua luta contra o rebaixamento.

O comportamento do time contra o Corinthians sugere boas expectativas para o jogo do próximo fim de semana, também no Pacaembu, diante do Santos. O Peixe ainda tem oscilado neste Campeonato Brasileiro e sente a ausência de destaques importantes, a começar por seu grande craque, Neymar, que integra a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres. Não duvido da possibilidade de mais 3 pontos para o retorno a Goiânia, principalmente se o Atlético-GO repetir a atuação desta última rodada.

Em dois jogos seguidos contra paulistas e fora de casa, 4 pontos seria algo além das expectativas. Daria novo ânimo para a seqüência da competição e apontaria para uma recuperação da equipe. A situação do Dragão é delicada, preocupante, mas não desesperadora. Ainda há muita bola pra rolar. Tudo, porém, depende do próprio time. Há limitações técnicas, isso é fato! Mas raça, determinação e vontade de se superar também pesam no futebol! E é isso que espero do representante goiano na elite nacional!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cadê o fogo do Dragão?

Confesso que o momento vivido pelos clubes goianos me fez perder um pouco a motivação de escrever sobre futebol. Atlético-GO na lanterna da Série A, Goiás oscilando na Série B e Vila Nova amargando as dúvidas deste início de Série C. Comentar coisas ruins é fácil, mas, definitivamente, não me agrada em nada. De qualquer forma, o dever me chama. Então, optei por analisar quem, do meu ponto de vista, está em situação mais delicada. E começo perguntando: onde foi parar o fogo do Dragão?

O jejum de vitórias do rubro-negro goianiense já dura 8 partidas – as 6 realizadas no Brasileirão e os 2 confrontos finais do Goianão 2012, contra o Campeão Goiás. No início da Série A, muitos acreditaram que o problema do Atlético-GO era o então técnico Adilson Batista, que estaria escalando o time na retranca. Foram 2 jogos e 2 empates: na estreia contra o Cruzeiro, em Uberlândia, e recebendo a Ponte Preta no Serra Dourada. A insatisfação fez com que o clube fosse o primeiro da elite a trocar de treinador neste início de torneio.

Saiu Adilson Batista. Retornou Hélio dos Anjos. O desempenho piorou: 4 jogos e 4 derrotas, sendo as duas últimas por goleadas. O mesmo técnico que começou a temporada está de volta, como sucessor de seu próprio sucessor. Mas não duvido que já comece a balançar. Teria a emenda saído pior que o soneto? Ou os resultados não passam de reflexo das reais limitações do time? O Dragão ainda não tem uma identidade neste Brasileirão; não venceu e muito menos convenceu em suas atuações! A defesa se apresenta como o setor de maior deficiência, mas o meio campo também perdeu em marcação e criatividade. E o que dizer do ataque? Mudam-se as peças e a ineficiência ofensiva continua a mesma!

É... O futebol apresentado pelo Atlético-GO está muito abaixo daquele que, no ano passado, o levou à inédita classificação à Copa Sul Americana. A equipe ainda não estreou no Brasileirão. Assim como muitos de seus jogadores ainda não desencantaram. A fase é tão ruim que as apostas em contratações (que nas últimas temporadas foram ponto forte dos dirigentes rubro-negros) ainda estão frustradas. Pior que isso, os “renomados” reforços também não corresponderam. Destaque para o meia Elias e o atacante Willian. O time ainda sofre com alto índice de contusões. Se há um departamento que tem trabalhado forte, sem dúvida, é o Médico!

Para mim, já está mais do que provado que o problema do Atlético não é treinador, mas limitação técnica. Quem conhece Hélio dos Anjos sabe do seu estilo de trabalho, com treinamentos intensos. Mas os mesmos não têm sido suficientes para corrigir as irregularidades do grupo, que são muitas e se distribuem em todos os setores do campo. O time não tem uma jogada ensaiada. Não tem sequer uma escalação definida. Praticamente, não há titular absoluto na equipe.

A verdade é que as peças perdidas em relação à temporada passada não foram supridas. O zagueiro Leonardo, que ainda não jogou, não correspondeu à expectativa de ser o substituto de Anderson, hoje no Fluminense. A megacontratação do futebol goiano em 2012, o atacante Willian, nem de longe da esperanças de compensar a ausência de Anselmo. Tiago Feltri também deixou saudades, já que a equipe frequentemente tem improvisado na lateral do campo. Por fim, Elias... Ele que, num passado recente, foi ídolo no time e retornou para ser o grande destaque. Quem era mesmo o representante da posição em 2011? Vitor Júnior! Não é necessário dizer mais nada!

Fato é que o Atlético-GO não terá vida fácil na sequência da temporada. Vai mal no Brasileirão e ainda tem uma Sul Americana pela frente. Se o time não se ajeitar logo, os resultados podem seguir desastrosos. O Dragão já teve o favoritismo ao Tricampeonato Goiano derrubado, perdendo o título para o rival Goiás, e foi precocemente eliminado da Copa do Brasil. No momento, não podemos imaginar nada diferente da fuga do rebaixamento. Tomara não tenhamos uma remontagem da temporada 2010, com outro goiano como protagonista. Quem não se lembra da contradição esmeraldina? O Goiás chegou à final da Sul Americana e passou perto de sagrar-se campeão. Mas foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro.

Está passando da hora de o Dragão impor respeito e iniciar o processo de recuperação. Com o pior ataque e tendo uma das piores defesas, é difícil acreditar em melhorias sem mudanças. Mas é preciso se apegar a qualquer ponto que ofereça esperanças. Então, não custa lembrar que foi exatamente contra o Flamengo (próximo adversário) que o rubro-negro goiano iniciou sua arrancada em 2011 e recebeu elogios até mesmo da crônica do eixo Rio-São Paulo. Há quem diga que um raio não cai duas vezes num só lugar. E, neste caso, dificilmente cairia mesmo. Seria demais sonhar com nova goleada histórica. No entanto, ainda que o resultado seja uma derrota, o mínimo que espero é que o Dragão ao menos apresente sinais de que tem fogo pra queimar!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Hora de pensar na Série A

O Goiás deu adeus à Copa do Brasil 2012. E o fez de cabeça erguida! Foi eliminado pelo São Paulo – adversário que já era considerado favorito -, mas não se entregou facilmente. Foi guerreiro! Lutou, acreditou, tentou. Teve o apoio da torcida, que coloriu de verde e branco a maior parte do estádio Serra Dourada, mesmo sabendo da difícil missão esmeraldina. Torcida que não se deixou abater pela eliminação e que segue acreditando no time.

Para chegar à fase semifinal do torneio, o Verdão precisava vencer o Tricolor Paulista por, no mínimo, 3 x 0 no tempo regulamentar, ou devolver o resultado de 2 x 0 sofrido no Morumbi, o que levaria a decisão para os pênaltis. Foi um jogo de grandes oportunidades, com o visitante administrando a vantagem conquistada no primeiro confronto e apenas explorando os contra ataques, jogando em cima dos erros do adversário.

Necessitando vencer, o Goiás saiu na frente e abriu o placar com Ricardo Goulart, artilheiro da equipe na temporada e eleito melhor jogador do Campeonato Goiano. Mas não deu tempo nem de comemorar. O São Paulo empatou no minuto seguinte, com belo gol de Jadson. O que já era difícil passou a parecer impossível. O gol sofrido praticamente sepultou as pretensões esmeraldinas de avançar na competição.

O segundo tempo começou morno, com o Verde aparentemente abatido. Aos 12 minutos, após cobrança de escanteio, o zagueiro Rhodolfo marca para a equipe paulista. A arbitragem, porém, assinala falta de ataque. Segue o empate e o Goiás volta a se encontrar no jogo. Mas é o São Paulo quem de novo balança as redes, com Cortez. Se a classificação já estava descartada, a honra deveria prevalecer. Incentivado pela torcida, o time goiano foi em busca de um melhor resultado.

O gol de empate aconteceu aos 36 minutos da etapa final. Diga-se de passagem, um golaço do lateral esquerda Egídio! Não houve tempo suficiente para mais nada. Fim de jogo. Goiás 2 x 2 São Paulo. Tricolor avança e fará a semifinal com o Coritiba. Já o Verde, agora, volta o foco ao seu principal objetivo na temporada: retornar à elite do futebol brasileiro.

Particularmente, entendo que o Goiás descartou a classificação na Copa do Brasil ainda no Morumbi, quando atacou, criou oportunidades, mas pecou pela ineficiência nas finalizações. Também foi penalizado pelas falhas individuais em seu setor defensivo. Com um melhor resultado no primeiro jogo, talvez o alviverde tivesse maior sorte neste meio de semana.

Avaliar os erros passados, porém, só servirá para evitar que eles se repitam. Não existe crise. A campanha esmeraldina na Copa do Brasil foi altamente positiva e a eliminação normal, considerando-se o adversário em questão. O momento é bom, com o time buscando recuperar a condição de maior e melhor do Estado. No âmbito regional, isso aconteceu com a conquista do Goianão. Nacionalmente, há uma dura Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, que já começou. Então, hora de pensar para frente. Goiás volta o foco à Série A, onde quero acreditar que o clube estará em 2013.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Festa Verde é legítima!

Deu a lógica no Goianão 2012! O Goiás fez a melhor campanha ao longo de todo o torneio e, por merecimento, chegou à decisão com vantagens previstas em regulamento. Com isso, precisou apenas empatar diante do Atlético para conquistar o título de Campeão Goiano. Foram dois grandes jogos, dignos das melhores equipes do futebol estadual.

Que Atlético e Goiás estariam mais uma vez na final, nunca houve dúvida. Ao longo de todo o Goianão, as duas equipes fizeram um campeonato à parte. Sempre com melhor desempenho do Verde. Nos dois confrontos diretos pela fase de classificação, ocorreram vitórias esmeraldinas. Detalhe: sem que o rubro-negro marcasse um gol. Além disso, o clube da Serrinha liderou o torneio de ponta a ponta, exceto por uma única rodada, na qual a primeira posição foi ocupada pelo Dragão.

Cabe ressaltar que o futebol apresentado pelo Goiás foi também o mais vistoso e convincente! O que reforça o mérito desta conquista. É claro que o Atlético cresceu na reta final, mas não o suficiente para reverter a vantagem adversária. E olha que teve oportunidade para isso. Basta lembrarmos a primeira partida da decisão. O Verde, cansado após garantir a classificação às quartas-de-final da Copa do Brasil em jogo pesado contra o Atlético-MG em Belo Horizonte, não conseguiu nem mesmo administrar a posse de bola, que é um ponto alto do elenco.

Em contrapartida, o time de Campinas, que se preparou única e exclusivamente para o confronto durante uma semana, não soube se aproveitar disso. Afirmo com convicção que foi no primeiro jogo da final que o Atlético descartou o inédito Tricampeonato. Se o empate favorecia o rival, como explicar a escalação do time com 5 volantes e tendo um meia como Elias no banco de reservas? Adilson Batista errou! Isso é fato!

Talvez, sentindo-se pressionado por essa falha anterior, no último jogo o técnico decidiu escalar o Dragão como todos queriam. A fórmula certa surtiu efeito, mas apenas temporariamente. Após abrir o placar, o Atlético recuou. Isso ficou ainda mais evidente no início do segundo tempo, quando o time voltou com a primeira alteração. Fechando-se no setor defensivo, chamou o adversário pra cima de si e pediu para levar o gol de empate. A virada só não aconteceu graças à atuação destacada do goleiro Roberto.

Para os rubro-negros o gol do título esmeraldino marcado por Ramon (diga-se de passagem, um GOLAÇO!) foi irregular. Não foi! Vi e revi o lance inúmeras vezes. O jogador estava em posição legal! A única queixa pertinente em relação à arbitragem seria pelo impedimento marcado, ainda no primeiro tempo, em lance de Diogo Campos. Mandrake! Resultaria, sem dúvida, no segundo gol atleticano. Mas quem garante que o adversário não conseguiria chegar ao empate, que lhe era suficiente?

Em resumo: a conquista do Goiás não é carregada de nenhuma mancha. É legítima! Justa e merecida! Resta ao Atlético-GO uma auto-análise dos erros cometidos neste começo de temporada, o que inclui o desempenho na Copa do Brasil, visando se aperfeiçoar para cumprir o restante do calendário. Lembrando que, além da Série A do Brasileirão, o Dragão tem uma inédita Copa Sul Americana para disputar. Já o Goiás, comemore! Mas não perca o foco. Nesta quarta-feira tem novo jogo duro e decisivo contra o São Paulo, visando a classificação às semifinais da Copa do Brasil. E a Série B já vai começar!