terça-feira, 5 de abril de 2011

O que aconteceu ao Atlético?

É bem verdade que o Dragão ainda não fez este ano nenhuma partida excepcional. Também é fato que a equipe sente consideravelmente as baixas sofridas com a saída de Robston e Elias. O meio campo, que nas últimas temporadas era o grande diferencial do time, de longe não é mais o mesmo. Mas não é só isso.

Como explicar os últimos resultados? Já são três derrotas consecutivas, sendo duas pelo Goianão (Vila Nova e Anapolina) e outra pela Copa do Brasil, contra o Coritiba, que eliminou o Atlético do torneio nacional. Duas dessas derrotas ainda foram sob o comando de Renê Simões, dispensado pela diretoria rubro-negra exatamente após a previsível queda em Curitiba.

Pelo que o Dragão apresentou em campo na noite de ontem contra a Anapolina, no estádio Serra Dourada, é possível afirmar o óbvio: o problema do time não era o Renê Simões. Da tribuna, o novo comandante, que hoje será apresentado oficialmente, viu tudo. Certamente, PC Gusmão percebeu que vai ter muito trabalho.

A queda de rendimento da equipe, além do fator físico, sugere uma aparente insatisfação. Com o quê, precisamente, ainda não é possível afirmar. Mas algumas declarações nas últimas semanas soltaram farpas para todos os lados. Vale lembrar, para tentarmos um entendimento.

Tudo começou com o presidente, Valdivino José de Oliveira. Após a primeira derrota para o Coritiba, por 2 a 1 no Serra Dourada, ele falou claramente que "esse time é muito fraco para Campeonato Brasileiro". Infelizmente, acabou mal interpretado. Alguns veículos de comunicação, maldosamente, editaram a frase, cortando-a e mantendo apenas a afirmação "esse time é muito fraco". Pronto. Foi o suficiente para iniciar uma tempestade que ameaçou desconstruir tudo o que já havia sido feito na temporada.

Contornado este pequeno mal entendido, foi a vez do vice-presidente disparar para todos os lados. O "incidente" aconteceu após a derrota no clássico contra o Vila Nova. Maurício Sampaio não poupou ninguém: árbitro, bandeira, presidente da FGF, treinador e, claro, os jogadores, foram alvo de irritadas declarações. Impensadas também. Vou me ater apenas ao que ele disse do elenco, rotulando: "Esse é um time noturno sim. Se largar, a vaca vai para o brejo".

Esse tipo de declaração também manda a vaca para o brejo. Se algum problema existe, precisa ser resolvido internamente. Mas o diálogo parece não existir. Após o time ser desclassificado da Copa do Brasil, a queda de Renê Simões era esperada, embora alguns jogadores tenham se manifestado contrários a essa medida. O goleiro Márcio, por exemplo, chegou a dizer que seria um "retrocesso". Mas o diretor de futebol, Adson Batista, não gostou e, digamos, quis colocar cada um no seu lugar. "O Márcio tem que entender de jogar bola", disse ele.

Antes e depois da derrota para a Anapolina, novas declarações deram indícios de uma crise interna. Em entrevista à Rádio 730 na manhã desta segunda-feira, Márcio comentou o que foi dito por Adson à imprensa, reforçou sua opinião sobre a mudança de treinador e terminou com um ditado que poderia resumir tudo: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo!".

Após a derrota por 3 a 2 para a Xata, uma nova bomba do goleirão: "Agora são três derrotas e a crise que algumas pessoas queriam", declarou. Demorou, mas Adson Batista reconheceu a crise que se inicia no Atlético. E pelo resumo dos últimos capítulos, aqui expostos, é melhor aparar as arestas e reencontrar o caminho certo. Afinal, a classificação à próxima fase do Goianão está garantida, mas o título não. Acho que nem é preciso falar da Série A do Campeonato Brasileiro...

2 comentários:

José Balbino Ferreira disse...

Boa tarde Cecilia goto da sua maneira de comentar, parabens, é importante a mulher ocupar esse espaço. José Balbino
http://blogdozebalbino.blogspot.com/

Divino Soares disse...

Cecília voce tinha sumido da TV Serra dourada, agora te enconteri na 730.Sou seu fã.
Agora a 730 com voce e o Edson Rodriges esta completo.Voce é um excelente comentarista.
Gostaria muito de conhece-los.
Sou torcedor do atlético.