Uma noite para ser esquecida

Contrariando todas as expectativas – ou pelo menos a maior parte delas -, não teremos um clássico goiano na próxima fase da Copa do Brasil. Aliás, não teremos nem mesmo um representante goiano. Atlético e Goiás tiveram a classificação às quartas-de-final nas mãos, mas não mostraram, nos pés, o que precisavam para chegar lá. Na verdade, as atuações de ambos ontem à noite foram um verdadeiro fiasco.
Vamos começar pelo vexame menor, se é que podemos dizer assim. O Atlético mostrou ontem, no Serra Dourada, que ainda não se recuperou das derrotas para o Itumbiara, pelas semifinais do Campeonato Goiano. Jogou mal e não conseguiu alcançar seu objetivo, que era uma vitória simples. Acabou perdendo novamente para o São Caetano, por 2 x 1, mesmo placar da derrota em Ribeirão Preto, no jogo de ida.
O Dragão teve mais de uma semana para se preparar única e exclusivamente para este jogo. Mas em campo, não mostrou preparos físico, técnico e muito menos psicológico. Não foi nem de longe a sombra do time que lhe integra. Agora, está fora da final do Goianão e fora da Copa do Brasil. Ao Atlético, só resta esperar pela Série C do Brasileiro. E se preparar, é claro!
Inacreditável mesmo foi a derrota do Goiás, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Depois de vencer o primeiro jogo no Serra Dourada, por 3 x 1, o Verdão poderia perder para o Corinthians por 1 gol, que se classificava. E se tivesse marcado ao menos uma vez lá, a vantagem melhorava, pois o Timão precisaria vencer por 2 de diferença. Mas a equipe esmeraldina não marcou nada e, o pior, aceitou quase tudo do adversário.
O sistema defensivo do Goiás, como um todo, mostrou uma fragilidade imensa. O experiente goleiro Harlei, como sempre, adiantado. A dupla de zaga, formada por Ernando e Paulo Henrique, não conseguia barrar André Santos, Herrera, Dentinho e Diogo Rincón. Este último, por sinal, marcou 2 na goleada por 4 x 0 que o Timão deu no Verdão.
Inexplicável o apagão do time esmeraldino. Pelas laterais, os contra-ataques não fluíam. O meio-campo parecia não existir (alguém viu Paulo Baier jogar no segundo tempo, antes de ser substituído por Anderson Aquino?). Conseqüentemente, a bola não chegava para os atacantes. A melhor chance do Goiás foi aos 22 minutos do primeiro tempo, mas Alex Dias – na área – em vez de chutar pro gol, preferiu tentar cavar um pênalti. E o árbitro não deu nada!
A arbitragem de Leandro Pedro Voaden foi fraca, com alguns erros consideráveis, mas nada que pudesse alterar o resultado. O péssimo desempenho do Goiás em campo é injustificável! E a vergonha pelas provocações infelizes de Hailê Pinheiro também. Quem mandou dizer que ia chupar uva ou tomar vinho, numa alusão à camisa roxa do Timão? Conforme já havia sido bem lembrado por Finazzi, “também tem uva verde, Seu Hailê!”...
Méritos para o clube paulista que, motivado pelas declarações do dirigente adversário, esmagou a uva verde em campo. Os jogadores do Corinthians, como o próprio Caio Júnior reconheceu, “estavam motivados e brigando por um prato de comida”. Acompanhado por vinho, claro!
Ao Goiás, resta curar a ressaca e buscar recuperação emocional para a decisão de domingo, contra o Itumbiara. E, a contar pelas movimentações extra-campo do Verdão... o Tricolor certamente vai querer terminar o massacre iniciado pelo Corinthians.