Vamos reagir, Verdão!

A inesperada derrota para o Ipatinga foi lamentada, o rendimento dos jogadores naquela partida criticado e até o trabalho do técnico Hélio dos Anjos questionado. Mas, quase uma semana se passou e é hora de o Goiás se recuperar dos últimos tropeços para seguir firme no Brasileirão.
A matemática do Goiás diante dos clubes mineiros nesta Série A não foi muito feliz. Apenas o Cruzeiro foi batido pelo Verdão. Tudo bem que é o melhor dos três, o que satisfaz do ponto de vista técnico. Mas só temporariamente! Quando se pára pra pensar que, diante do Atlético-MG e do Ipatinga, o clube esmeraldino perdeu 9 pontos em 12 disputados, o poder de fogo do grupo passa a ser questionado. E prevalece a velha máxima de que o time joga bem contra equipes grandes, mas freqüentemente se atrapalha com os adversários tidos como pequenos.
Foi difícil para os torcedores engolir a derrota diante do pior time deste Brasileiro. Indubitavelmente, para os jogadores, equipe técnica e diretoria também! Não havia a menor dúvida de que o clube goianiense era o favorito ao resultado contra o Ipatinga. Mesmo tendo empatado novamente com o Atlético-MG na rodada anterior, a expectativa era de que, contra o lanterna dos lanternas, o Goiás conquistaria mais 3 pontos e compensaria os 4 perdidos para esses dois adversários no primeiro turno da competição.
Mas isso não aconteceu. O time não jogou bem, sofreu um gol e perdeu várias oportunidades de marcar. Para completar, o técnico Hélio dos Anjos não foi nada feliz nas substituições. Tentou mudar o esquema, numa formação com dois atacantes, mas não funcionou. Também, nenhum deles era Iarley, o artilheiro do clube que, embora tenha caído de rendimento, não merecia ter sido sacado do time.
O último jogo serviu para tornar ainda mais evidente um problema no Goiás: faltam peças de reposição, principalmente no ataque! O pior é que, esta semana, o presidente Pedro Goulart voltou a dizer que não há jogadores disponíveis no mercado. Há sim! Mas é preciso investir se quiser contratar alguém que realmente possa fazer a diferença.
Deixemos a trágica derrota para o Ipatinga e as questões administrativas pra lá. Vamos falar do que realmente interessa no momento, que é a recuperação do Verdão. Neste sábado, o Goiás recebe o Figueirense no Estádio Serra Dourada e precisa vencer, para recuperar a moral e focar em um objetivo.
No primeiro turno, em Florianópolis, o confronto terminou num empate sem gols. O Figueirense não era um adversário de peso, mas estava numa condição menos incômoda que a do Goiás, com o dobro de pontos inclusive. De lá pra cá, porém, o time esmeraldino mudou muito e cresceu de produção. Venceu jogos importantíssimos e ganhou respeito. Embora esteja 1 ponto e uma posição atrás do clube catarinense, o Verde conta com vários aspectos a seu favor.
O primeiro deles é o mando de campo. Jogando em casa, é natural que o time cresça, impulsionado pela torcida, independentemente do tamanho do público. No número de vitórias, as duas equipes estão empatadas. Nos gols marcados também. E, embora tenha perdido uma partida a mais, por mais contraditório que pareça, o Goiás tem uma defesa melhor.
O Figueirense é o segundo time mais vazado da competição, com 41 gols sofridos (atrás apenas da Portuguesa) e um saldo negativo de 14 gols. Os goianos sofreram 11 a menos e têm saldo negativo de 3 gols. Independentemente de jogar com 1 ou 2 atacantes, o Verdão precisa se aproveitar dessa fragilidade do visitante e garantir os 3 pontos. Vale lembrar que, pela classificação atual, o Figueira é o que se pode chamar de adversário direto. Portanto, é preciso “eliminá-lo”.
Sem contar que uma vitória neste sábado recupera os ânimos dos jogadores para que possam aproveitar a seqüência de jogos em casa e descontar também os pontos perdidos para o Atlético-PR no primeiro turno, antes de viajar para Porto Alegre e enfrentar o Grêmio, líder do Brasileirão. Duas vitórias consecutivas do Goiás, além de contribuir para o posicionamento na classificação geral, garantiriam o respeito para jogar no Olímpico.
Mas, uma coisa de cada vez. É hora de pensar no Figueirense! A tão sonhada vaga na Libertadores está cada vez mais distante e impossível de ser alcançada. Infelizmente, o clube goiano está muito mais perto de cair novamente para a zona de rebaixamento, do que terminar a competição entre os quatro primeiros. O Verdão precisa fazer por onde para, no mínimo, se manter na classificação intermediária e se garantir na Sul-Americana. O que vier, além disso, é lucro!
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